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Quem sou eu

Sou Lucienne, natural de Três Lagoas - MS,professora da rede pública estadual,habilitada em Geografia, leciono na Escola Carlos Irigaray Filho, como profissional já atuei exercendo as funções de coordenadora pedagógica e diretora.Tenho uma linda família e 02 filhos maravilhosos: Tiago Agricio e Lizandra Maria.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Plano de aula: As Regiões Brasileiras

Plano de Aula - As Regiões Brasileiras

Escola Estadual “Carlos Irigaray Filho”
Alto Taquari – MT
Professora: Lucienne Lizaldo Tolentino Barbosa
Disciplina: Geografia
Conteúdo: Regiões Brasileiras.
Tema: As Diferentes Formas de Regionalizar o Brasil.
Série: 3º Ciclo/1ª Fase Turma: A
Modalidade: Ensino Fundamental
Duração das Atividades: 06 aulas
Número de alunos: 32

Objetivos
• Conhecer as propostas de regionalização do Brasil e seus diferentes conceitos: as cinco regiões administrativas do IBGE, as três regiões geoeconômicas de Pedro Geiger e as quatro regiões apresentadas por Milton Santos, baseadas no conceito de meio técnico-científico-informacional;
• compreender como os aspectos (ou sistemas) naturais e humanos criam espaços e estruturas que formam uma totalidade e
• analisar a formação das regiões nacionais a partir de heranças relacionadas ao meio natural, à ocupação territorial, à economia e aos sistemas (de transporte, de energia, de comunicação, etc.), entre outros fatores, que caracterizam e identificam cada uma das delas.

Habilidades e Competências
Analisar, compreender, descrever, localizar e pesquisar participação política e cidadania. Entender a formação do espaço a partir do conceito de região e incitar o interesse do aluno por uma participação política ativa.


Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Divisão Política-Administrativa Brasileira .


Desenvolvimento do Conteúdo
Histórico da Divisão Regional do Brasil

MUDANÇAS QUE ESTÃO NO MAPA


Entenda como a divisão do território brasileiro evoluiu ao longo dos tempos!

Hoje, nos parece tão óbvio que o Brasil seja dividido em cinco regiões, que nem paramos para perguntar por que ele foi organizado desse jeito. Da mesma forma, não questionamos por que um estado pertence a determinada região e não a outra. Agora que surgiu a curiosidade, vamos à investigação!
O Brasil é o maior país da América do Sul. De acordo com dados de 1999, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua área é de 8.547.403,5 quilômetros quadrados. Apenas quatro países no mundo inteiro -- Rússia, Canadá, China e Estados Unidos -- têm território maior do que o brasileiro. Dividir o Brasil em regiões facilita o ensino de geografia e a pesquisa, coleta e organização de dados sobre o país, o seu número de habitantes e a idade média da população.
A razão é simples: os estados que formam uma grande região não são escolhidos ao acaso. Eles têm características semelhantes. As primeiras divisões regionais propostas para o país, por exemplo, eram baseadas apenas nos aspectos físicos -- ou seja, ligados à natureza, como clima, vegetação e relevo. Mas logo se começou a levar em conta também as características humanas -- isto é, as que resultam da ação do homem, como atividades econômicas e o modo de vida da população, para definir quais estados fariam parte de cada região.
Então, se os estados de uma região brasileira têm muito em comum, o que é mais útil: estudá-los separadamente ou em conjunto? Claro que a segunda opção é melhor. Para a pesquisa, coleta e organização de dados, também. Assim é possível comparar informações de uma região com as de outra e notar as diferenças entre elas. Dessa forma, por exemplo, os governantes podem saber em qual região há mais crianças fora da escola. E investir nela para resolver o problema.

Pequeno retrato das grandes regiões


Atualmente, o Brasil tem 26 estados e um Distrito Federal distribuídos em cinco grandes regiões. E você já sabe que para fazer parte de uma mesma região os estados precisam apresentar características comuns. Na região Norte Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará e Tocantins têm em comum o fato de serem, em sua maior parte, cobertos pela Floresta Amazônica. Grande parte da população vive na beira de rios e a atividade econômica que predomina é a extração vegetal e de minerais, como o ferro, a bauxita e o ouro. Já os estados da região Sudeste -- Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo -- são os que mais geram riquezas para o país, reunindo a maior população e produção industrial. Na região Centro-Oeste, a vegetação predominante é o cerrado, que está sendo ocupado por plantações de soja e pela criação de gado. Na região Nordeste, o clima que predomina no interior é o semi-árido, embora no litoral, onde as principais atividades econômicas são o cultivo de cana-de-açúcar e de cacau, o clima seja mais úmido. Na região Sul -- que apresenta o clima mais frio do país --, destaca-se o cultivo de frutas, como uva, maçã e pêssego, além da criação de suínos e de aves.

Brasil dividido = pequenos “brasis”

A primeira divisão do território do Brasil em grandes regiões foi proposta em 1913, para ser usada no ensino de geografia. Os critérios usados para fazê-la foram físicos: levou-se em consideração o relevo, o clima e a vegetação, por exemplo. Não foi à toa! Na época, a natureza era considerada duradoura e as atividades humanas, mutáveis. Considerava-se que a divisão regional deveria ser baseada em critérios que resistissem por bastante tempo. Observe o mapa e veja que interessante:




Em 1913, o território nacional foi dividido em cinco "brasis" e não em regiões. O Brasil Setentrional ou Amazônico reunia Acre, Amazonas e Pará. Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas formavam o Brasil Norte-Oriental. O Brasil Oriental agregava Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro -- onde ficava o Distrito Federal, a sede do governo brasileiro -- e Minas Gerais. São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul faziam parte do Brasil Meridional. E Goiás e Mato Grosso, do Brasil Central.
A forma como foi feita a divisão revela que, na época, havia uma preocupação muito grande em fortalecer a imagem do Brasil como uma nação, uma vez que a República havia sido proclamada há poucos anos, em 15 de novembro de 1889.
A divisão em grandes regiões proposta em 1913 influenciou estudos e pesquisas até a década de 1930. Nesse período, surgiram muitas divisões do território do Brasil, cada uma usando um critério diferente. Acontece que, em 1938, foi preciso escolher uma delas para fazer o Anuário Estatístico do Brasil, um documento que contém informações sobre a população, o território e o desenvolvimento da economia que é atualizado todos os anos. Mas, para organizar as informações, era necessário adotar uma divisão regional para o país. Então, a divisão usada pelo Ministério da Agricultura foi a escolhida. Observe o mapa e note quantas diferenças!
Maranhão e Piauí -- que atualmente fazem parte da região Nordeste -- foram incluídos na região Norte, junto com o território do Acre e os estados do Amazonas e do Pará. No Nordeste, ficavam Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Não existia a região Sudeste, mas, sim, uma região chamada Este, onde se localizavam os estados de Sergipe, Bahia e Espírito Santo. Na região Sul, veja só, estavam o Rio de Janeiro -- que, na época, era a capital do país -- e São Paulo, que hoje fazem parte da região Sudeste. Além deles, ficavam na região Sul os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A região Centro-Oeste não existia, mas, sim, a região chamada Centro, onde estavam Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, que hoje em dia localiza-se na região Sudeste.
Como a divisão proposta em 1913, esta organização do território brasileiro não era oficial. Mas, em 1936, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi criado. E começou uma campanha para adotar uma divisão regional oficial para o Brasil.

Divisão para valer

Após fazer estudos e analisar diferentes propostas, o IBGE sugeriu que fosse adotada a divisão feita em 1913 com algumas mudanças nos nomes das regiões. A escolha foi aceita pelo presidente da República e adotada em 1942. Logo ela seria alterada com a criação de novos Territórios Federais.
Em 1942, o arquipélago de Fernando de Noronha foi transformado em território e incluído na região Nordeste. Em 1943, foram fundados os territórios de Guaporé, Rio Branco e Amapá -- todos parte da região Norte --, o território de Iguaçu foi anexado à região Sul e o de Ponta Porã, colocado na região Centro-Oeste. É bom lembrar que a divisão em grandes regiões tinha de acompanhar as transformações que estavam ocorrendo na divisão em estados e territórios do país. Assim, a divisão regional do Brasil em 1945 era a seguinte:
Na região Norte, estava os estados do Amazonas e Pará, os territórios do Acre, Amapá, Rio Branco e Guaporé. A região Nordeste foi dividida em ocidental e oriental. No Nordeste ocidental, encontravam-se Maranhão e Piauí. No oriental, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, além do território de Fernando de Noronha. Ainda não existia a região Sudeste, mas uma região chamada Leste, dividida em setentrional e meridional. Sergipe e Bahia estavam na parte setentrional. Na meridional, ficavam Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro (na época, sede do Distrito Federal). A região Sul incluía os estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, além do território de Iguaçu. E, na região Centro-Oeste, os estados de Mato Grosso e Goiás e o território de Ponta Porã.
Em 1946, os territórios federais de Iguaçu e Ponta Porã foram extintos. Em 1960, Brasília foi construída e o Distrito Federal, capital do país, foi transferido para o Centro-Oeste. Na região Leste, o antigo Distrito Federal tornou-se o estado da Guanabara. Em 1969, uma nova divisão regional foi proposta porque a divisão de 1942 já não era considerada útil para o ensino de geografia ou para a coleta e divulgação de dados sobre o país. Veja como ficou o mapa do Brasil em 1970:
Na região Norte, estão os estados do Acre, Amazonas e Pará; Territórios de Rondônia, Roraima e Amapá. Na região Nordeste, os estados de Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, e o Território de Fernando de Noronha. A região Leste sumiu! Quem a substituiu foi a região Sudeste, formada por Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, estado da Guanabara e São Paulo. Na região Sul, localizavam-se Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na região Centro-Oeste, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal (a cidade de Brasília).
Atualmente, continua em vigor essa proposta em 1970. Apenas algumas alterações foram feitas. Em 1975, o estado da Guanabara foi transformado em município do Rio de Janeiro. Em 1979, Mato Grosso foi dividido, dando origem ao estado do Mato Grosso do Sul. A Constituição Federal de 1988 dividiu o estado de Goiás e criou o estado de Tocantins, que foi incluído na Região Norte. Com o fim dos territórios federais, Rondônia, Roraima e Amapá tornaram-se estados e Fernando de Noronha foi anexado ao estado de Pernambuco
No futuro, devem ocorrer novas mudanças na divisão regional do Brasil. Afinal, por influência do homem, o país está em constante transformação!
Revista Ciência Hoje das Crianças nº 12
05 de junho de 2002 Adma Hamam de Figueredo e de Maria Helena Palmer Lima,
Departamento de Geografia,
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mara Figueira,
Ciência Hoje/RJ - Extraído do site www.geografiaparatodos.com.br/index.php
Brasil – Divisão Geoeconômica
Em 1967, o geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger já havia proposto uma outra divisão regional do país, em três regiões geoeconômicas ou complexos regionais.
Ela se baseia no processo histórico de formação do território brasileiro, levando em conta, especialmente, os efeitos da industrialização. Dessa forma, ela busca refletir a realidade do país e compreender seus mais profundos contrastes.
De acordo com Geiger, são três as regiões geoeconômicas: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste. Analisar, compreender, descrever, localizar e pesquisar participação política e cidadania. Entender a formação do espaço a partir do conceito de região e incitar o interesse do aluno por uma participação política ativa.
Essa organização regional favorece a compreensão das relações sociais e políticas do país, pois associa os espaços de acordo com suas semelhanças econômicas, históricas e culturais.
Diferentemente da divisão proposta pelo IBGE, os complexos regionais não se limitam apenas às fronteiras entre os Estados. Nessa regionalização, o norte de Minas Gerais, por exemplo, encontra-se no Nordeste, enquanto o restante do território mineiro está localizado no Centro-Sul.
Observe os três complexos no mapa abaixo:

Conheça um pouco da estrutura regional brasileira nessa proposta.
Região geoeconômica da Amazônia
É a maior das três. Tem aproximadamente 5 milhões de km2, extensão que corresponde a quase 60% do território brasileiro. Compreende todos os Estados da região Norte (com exceção do extremo sul de Tocantins), o oeste do Maranhão e praticamente todo o Mato Grosso.
Apesar de sua dimensão, possui o menor número de habitantes do país. Em muitos pontos da região acontecem os chamados "vazios demográficos". A maioria da população está localizada nas duas principais capitais do complexo, Manaus e Belém.
Na economia predominam o extrativismo animal, vegetal e mineral. Destacam-se também o pólo petroquímico da Petrobras e a Zona Franca de Manaus, que fabrica a maior parte dos produtos eletrônicos brasileiros.
Região geoeconômica Centro-Sul

Abrange as regiões Sul e Sudeste (exceto o norte de Minas Gerais), Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal e o sul de Tocantins. Compreende aproximadamente 2,2 milhões de km2.
É a região mais dinâmica do ponto de vista econômico. São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte são as cidades de maior destaque.
O Centro-Sul é o principal destino de migrantes de diversos pontos do país e onde se encontra cerca de 70% de toda a população brasileira.
Possui a economia mais diversificada, baseada na agricultura de exportação e, principalmente, na indústria. É responsável pela produção da maior parte do Produto Interno Bruto nacional.
Região geoeconômica Nordeste
Com uma área de aproximadamente 1,5 milhões de quilômetros quadrados, é a segunda do país em população. Inclui todo o Nordeste da divisão oficial (com exceção do oeste do Maranhão) e o norte de Minas Gerais, onde se localiza o Vale do Jequitinhonha.
Historicamente, é a mais antiga do Brasil. É também a mais pobre das regiões, com números elevados de mortalidade infantil, analfabetismo, fome e subnutrição.
Assim como acontece em grande parte do território brasileiro, a população nordestina é mal distribuída. Cerca de 60% fica concentrada na faixa litorânea e nas principais capitais. Já no sertão e no interior, os níveis de densidade populacional são baixos, devido, em grande parte, à seca.
Contudo, possui muitas riquezas históricas e culturais, tanto do ponto de vista arquitetônico, como de costumes e tradições. Essa organização regional é muito útil para a geografia, pois oferece uma nova maneira de entender a história da produção do espaço nacional.
Texto complementar: Indústria da Seca.
Regionalização Brasileira - Meio técnico-científico-informacional (Milton Santos)
Saiba mais...


Atividades
1° Pedir para os alunos produzirem mapas das diferentes propostas de regionalização trabalhadas e um quadro comparativo das mesmas (para casa).
2° Dividir os alunos em grupos para a realização de um debate sobre as propostas de regionalização do Brasil.
3º Pedir para os alunos relatarem características que tornam cada uma das regiões do IBGE um lugar único e especial. (para casa)
4º Solicitar aos alunos um pesquisa sobre os representantes eleitos pelo estado de Mato Grosso para o Senado e para Câmara dos Deputados. Fazer comparações entre as bancadas de cada Estado. Estimular o aluno a enviar um e-mail ou uma carta com sugestões ou críticas para os representantes de Mato Grosso.
5º Visitar o blog http://professoralucienne.blogspot.com e assistir o vídeo do youtube sobre cidadania. Postar comentários de acordo com os debates realizados, a letra da música e fotografias apresentadas no vídeo.
6º Ler o texto Cidadania postado no blog http://professoralucienne.blogspot.com e postar comentários.
7º Ouvir a música: Asa Branca
Em seguida fazer a interpretação da música observando:
• Descrição da paisagem, destacando os seus elementos contidos na letra,
caracterizando o sertão;
• Determinar a relação entre esses elementos. (Utilizar diversos mapas
do atlas) bem como a existência de outras paisagens no nordeste brasileiro;
• Apontar como as condições climáticas interferem na vida do nordestino,
nos diversos aspectos;
• Discutir as atitudes do povo ante as dificuldades, bem como indicar
soluções para resolver os problemas, destacando o papel do Estado, da
iniciativa privada e da sociedade civil organizada.
• Levantar dados e mapas sobre as migrações internas no Brasil, demonstrando os efeitos nas áreas de saída e chegada dos migrantes nordestinos, principalmente os do sertão. Utilizando-se da escala, calcular as
distâncias entre os pontos, os custo de viagem, os meios de transporte
e as vias utilizadas e
• Discutir como as condições climáticas sempre foram utilizadas para
justificar a situação do nordeste. Qual a opinião do aluno?
Sugestão dessa atividade (adaptada) extraída do site http://www.pucminas.br/documentos/geografia_23_art06.pdf

8º Jogos interativos: Brasil regiões
Avaliação
• Solicitar aos alunos um texto sobre suas conclusões acerca do debate, argumentando contra ou a favor das propostas de regionalização, e uma nova proposta de organização nacional;
• Elaboração dos mapas das regiões e suas características.
• Trabalhados desenvolvidos (em grupo) sobre a cultura: danças, literatura, costumes, pratos típicos, pontos turísticos, entre outros de cada região brasileira (IBGE)
• Postagens no blog.